A partir da década de 80 a classe trabalhadora sentiu um golpe significativo que redesenhou seu perfil. Uma gigantesca implantação de inovações tecnológicas possibilitou às fábricas uma diminuição considerável nos números de seus quadros de operários. Sofreram mais com tal mudança aqueles operários, homens e mulheres, cuja pouca capacitação os habilitava apenas ao desempenho de trabalhos braçais, trabalhos este que doravante seria atribuído às máquinas. Além disso, nos anos 80 a indústria mundial retraiu-se não mais repetindo aquele crescimento que a caracterizara nas décadas anteriores. Somando-se estes fatores tivemos como conseqüência imediata o desemprego e frente a isso a instabilidade profissional daqueles que apesar de tudo conseguiram manter seus postos de trabalho, postos estes que agora era almejado por um número cada vez maior de pretendentes.
Esta divisão da classe trabalhadora entre empregados e desempregados minou a histórica unidade que ela possuía, e mesmo no meio daqueles trabalhadores que conseguiram permanecer em seus postos surgiu uma classe privilegiada nos postos de chefia que marcava uma diferença até econômica em relação aos trabalhadores dos cargos subalternos. Estes dois fatores provocaram um enfraquecimento do sindicalismo e subseqüentemente a diminuição da representação política das classes trabalhadoras.
Outra característica da década de 80 foi que com a indústria de massa barateando os preços de bens de consumo a classe trabalhadora pode pela primeira vez adquirir produtos que até então não estava acostumada a possuir como, por exemplo, o automóvel. Perante esta aparente ascensão social os trabalhadores que faziam parte daquela porção que ainda mantinha seus empregos e começava a participar de forma mais ativa no mercado de consumo não estava mais interessada em lutas sociais de caráter esquerdista temendo a perda das vantagens que começavam a adquirir, e havia entre estes os que se tornavam militantes de políticas de direita.
A EDUCAÇÃO ATUAL FRENTE ÀS MUDANÇAS NO PROCESSO HISTÓRICO DO TRABALHO
A partir do momento em que a educação passou a ser estendida até as classes pobres da população ela adquiriu um caráter extremamente prático que visa à inclusão no mercado de trabalho. Ora, se o trabalho sofre transformações significativas desencadeadas pelo processo histórico é de se esperar que a educação acompanhe tais mudanças.
Nos anos anteriores aos tempos atuais à educação, nos últimos anos do ensino médio, estava preocupada com a preparação do aluno para o iminente ingresso no mercado de trabalho, sua preocupação era formar um cidadão que, fora da escola fosse de imediato capaz de desempenhar uma profissão a que fora programado. Para isso os estabelecimentos de ensino de cada região elegiam a habilitação profissional a ser ministrada de acordo com as necessidades do mercado de trabalho local.
Mas nos dias de hoje tais métodos não são capazes, menos ainda do que eram anteriormente, de garantir ao aluno lugar no mercado de trabalho. O fenômeno da globalização exige dos trabalhadores capacidade constante de readaptação, pois a estabilidade profissional é cada vez menor, e as empresas não querem de maneira alguma perder tempo com funcionários que demorem a se adaptar ao seu sistema de trabalho. Diante desta realidade a educação está obrigada a formar futuros profissionais adaptáveis e flexíveis aos humores do mercado de trabalho, que sejam capazes de aperfeiçoamentos posteriores.
A situação descrita acima aponta para um problema que a educação deve se esforçar para superar, pois como sabemos a escola não é uma simples fábrica, cujas linhas de produção devem industrializar jovens na forma de trabalhadores. É claro que o crescimento econômico depende da existência de profissionais qualificados, mas não é só disso que o mundo precisa - o conhecimento intelectual deve acompanhar o conhecimento técnico para a completa compreensão de todas as relações humanas servindo como chave para que cada indivíduo entenda que a convivência social não pode ser reduzida a relações comerciais e demandas sempre crescente de produção e consumo.
oi. vc é o colunista do site guia de concursos literarios?
ResponderExcluirSim, mas não sou o único.
ResponderExcluiraleks_1979@hotmail.com
Até mais!